então, existem essas pessoas que fazem parte da minha vida há mais de quatro anos.
são amigos tão velhos e tão queridos que quase nem era perceptível a distância que nos separava.
e foi engraçado quando ficamos juntos de carne e osso. todo mundo sabia da vida de todo mundo,
comentávamos sobre fatos antigos e pessoas que já se foram como se tudo tivesse acontecido
sexta-feira passada no mesmo buteco.

era como se eu sempre tivesse ali, ou eles sempre aqui. quase que de saco cheio um do outro.

é gostoso ouvir as vozes e os sotaques de alguns que você só imaginava como seria
e ver a cara dos quais só se lia o nome nas listas de email. foi lindo dormir naquela
cama que eu achava estar em outra posição, ouvir os para-diddles intermináveis enquanto
assistíamos lei e ordem, conhecer as casas, os restaurantes favoritos, falar de depilação
com a sua melhor amiga do momento, discutir o quão lindos e amados são todos aqueles que
ali dançavam, bêbados e felizes, ouvir as piadinhas e as frases célebres no viva voz,
chorar pelo show do u2 que vimos na tv, matar uma garrafa de vodka e coreografar
músicas pitorescas, torcer pro tricolor feito menino no estádio, ficar tonta no metrô,
andar pela oscarfreire-augusta-paulista, sentar num murinho e tomar mate batido com leite...

enfim, uma infinidade de vivências que eu vou carregar num saquinho pro resto da vida.
e agora que virei freguesa, vou voltar pra lá depois e trazer mais coisas pra guardar.
com certeza.